sexta-feira, 7 de agosto de 2009

PAIXÃO FC

PAIXÃO FC


Fundado em plena Ditadura, o Paixão Futebol Clube surgiu como uma idéia de um clube para os que amavam o Brasil, e fazendo coro a campanhas do tipo: Brasil, ame-o ou deixe-o.
Formado em suas base por talentos da época e atletas oriundos dos quartéis, foi apelidado por jornais da época como “Milico FC”.
Suas cores, Amarelo e Azul, trazem em si o Ufanismo e a idéia de brasilidade no Clube.
Com contratações de sucesso na época, o Paixão chegou em 1965 a ser base da seleção Brasileira. O investimento no clube, para que ganhasse projeção era enorme, fazendo com que em pouco tempo ganhasse torcedores em todas as capitais do país.
A década de 60 foi marcada pelo fracasso de 1966 na copa, onde a base era o Paixão Futebol Clube.
O grande ídolo desta época era meio-quilo. Um atacante de pouca estatura, rápido e que foi artilheiro por diversas vezes. Um atacante que foi perdendo seu brilho conforme ganhava quilos, sendo apelidado em seu final de carreira como meia-tonelada.
Na década de 70, Paixão teve seu auge, apesar de não ter emplacado um único craque na seleção campeã do mundo.
Sua torcida crescia junto com as obras do Governo e cada inauguração era marcada por um clássico da equipe contra uma seleção local.
Nesta época os craques de destaque foram:
- Ziza, goleiro ágil e de personalidade marcante. Tinha o apelido de dourado, por causa das suas defesas preciosas e a a camisa amarela que usava. Morreu num acidente de carro em 1978 dias antes de embarcar para copa.
- Pablo VilaReal – O Realeza, argentino boêmio, que marcou época no meio-campo do clube. Teve uma carreira pautada por escândalos, bebida e o vicio em morfina. Foi campeão na copa do mundo da Argentina e muitos diziam que sua escalação era um acordo entre os militares dos dois paises. Não jogou nenhuma partida e entre os companheiros de seleção era conhecido como gringo.
- Flávio “Quilinho” – Filho fora do casamento do ídolo Meio-quilo. Craque difícil e de temperamento explosivo. Odiava o apelido de quilinho. Jogou na equipe de 77 a 82 quando se transferiu para Europa, passando por diversos clubes. Voltou ao Brasil em 88 levando o Paixão, com um gol de falta no final do jogo contra o Grêmio, a seu primeiro título Nacional naquele ano. Encerrou a carreira em 90 e virou empresário, um dos responsáveis pela maioria dos atletas do Paixão hoje em dia.
A década de 80 foi marcada pelo primeiro título nacional do Paixão (1988) e sua queda para segunda divisão 2 anos depois (1990).
Ganha a Libertadores de 1989 e perde o Mundial em Tóquio. A coisa desanda a partir daí no que ficou conhecido como “maldição do sol nascente”.
Uma equipe desunida que brigava pro premiações, camisas, quartos de hotel e mulheres. Drogas e bebidas rolavam soltas.
Contratos com jogadores para que comemorassem perto de placas de anunciantes ou mostrassem as marcas na comemoração.
Uma década confusa para o Clube que perdeu parte do apoio do governo e teve muito do seu patrimônio penhorado por dívidas e afins.
Muitos dizem que o esforço de marketing para repatriar Quilinho, teria quebrado o clube.
Desta época se destacaram:
- Lula - Lateral que estreou na equipe principal ainda com 19 anos em 1983 e foi um dos campeões em 1988. Chamado de cria da casa, foi um dos primeiros atletas de cristo no clube. Com a saída de Quilinho conquistou a camisa 10 da equipe passando para o meio campo. Após a queda do Paixão, se transferiu para o São Paulo, sendo chamado de mercenário pela torcida.
- Amaral – Zagueiro técnico e clássico. Também cria da casa e campeão em 1988 com apenas 17 anos. Vendido para Alemanha a peso de ouro logo após a conquista voltou ao Brasil, após não se adaptar a Europa e em baixa. Encontrou o Paixão na segunda divisão e foi um dos responsáveis pela sua subida em 1994. Nunca mudou de clube e hoje trabalha como auxiliar técnico no clube.
Década de 90. A venda de praticamente toda a equipe campeã de 1988 teria sido um dos prenúncios da queda dois anos depois e a desistência ainda em meio ao campeonato de Quilinho que abandonou a equipe após uma briga com o técnico, Fausto Bianchini.
Após 5 anos na segunda divisão, muitos técnicos e uma quase queda para terceira, o Paixão, como por ironia, volta a primeira divisão em 1994 pelas mãos de Fausto Bianchini.
Junto com a primeira divisão surge o apoio de empresa internacional a GGB (Global Ground Business) que injeta muitos milhões na equipe. Astros internacionais, campeões do mundo, são trazidos para o clube em 1995.
Mas a década fecha com dinheiro mal investido e nenhum título expressivo.
Craques que marcaram esta época no Paixão FC:
- Beto Carioca – Integrante do grupo campeão da Copa de 94. Maior estrela do Paixão e grande aposta do Presidente, Luizinho Brás, para grandes conquista. Beto passa mais tempo na noite que em campo. Chega a ser artilheiro do Brasileirão de 96, quando é transferido para o Sevilha 4 vezes, indo em voltando em apenas dois anos.
- Lucinho – Vindo das divisões de base e cria da casa, teve em seu maior desafeto Beto Carioca. Foi vice-artilheiro em 97, não chegando à artilharia por um pênalti que Beto não abriu mão de bater. Após uma contusão e 6 meses é vendido a preço de banana para o Barcelona onde se torna um grande astro do futebol mundial.
- Matheus Rocha – A Pedra. Zagueiro forte e viril. Já em final de carreira chegou ao Paixão para marcar um gol numa final de estadual memorável contra o Botafogo aos 46 do segundo tempo. Fez 3 temporadas perfeitas no clube de 98 a 2001. Dizem que tinha um caso com o Centro-avante Tavinho. Em 2001 abandonou as chuteiras e mudou para Espanha, onde passou a cuidar dos contratos de Tavinho.
- Tavinho – Surgido em 97 no interior de Minas, foi comprado aos 20 anos pelo Paixão e sua parceira a peso de ouro. Chegou como xodó da torcida e estreou bem, fazendo gols e se destacando. Boatos surgiram sobre sua sexualidade e festas extra-campo. Jogou pelo clube até o ano 2000 sendo líder da equipe. Transferiu-se para Espanha onde jogou mais 5 temporadas, Real Madri, Espanhol e Málaga, quando morreu de causa desconhecida aos 27 anos.
Chega o ano 2000 e em 2002 a falência inesperada da GGB (Global Ground Business) um presidente preso e a CPI do Futebol ocupam mais o noticiário que os resultados do Paixão.
Por duas vezes escapa do rebaixamento.
Em 2003 e 2004 consegue se classificar para depois de muitos anos para a Libertadores. Um mundial passa a ser obsessão para os dirigentes. Em 2003 cai nas oitavas de final e 2004 nas quartas num maracanã lotado.
O clube politicamente se divide em três frentes:
- PAIXÃO DE CORAÇÃO – Grupo formado por empresários recém chegados no Clube, alguns oriundos da GGB) Liderados pelo advogado Horácio Melo.
- NOVA PAIXÃO – Lideranças jovens que querem um clube empresa. Por trás o ex-presidente e benemérito, General Gentil. À frente do Grupo Gentil Filho, advogado.
- GPP – Grupo Pura Paixão. A terceira corrente que vez por outra se usa como massa de manobra para com seguir cargos no clube. A frente deste grupo dois sócios do clube, Dantas e Pascoal, freqüentadores do Clube e torcedores fanáticos do paixão.
De 2005 a 2008 o clube não consegue bons resultados nos campeonatos brasileiros. Escapa em 2005 por pouco de voltar a segunda divisão e nos anos seguinte nem pontua para a sul-americana.
Em 2009 com a conquista do campeonato estadual, com a volta de um grande craque ao clube e a chegada de um novo patrocínio, o ano se apresenta promissor para o Paixão Futebol Clube. Esta Paixão que vamos ver agora.